terça-feira, 5 de julho de 2011

SCORPIÃO - CERRIDWEN (Deusa da Fertilidade)

SCORPIÃO - CERRIDWEN (Deusa da Fertilidade)



Para os galeses, Cerridwen é uma Deusa Tríplice (donzela, mãe e mulher idosa), cujo animal totêmico é uma grande porca branca. Ela é a mãe que conserva todos os poderes da sabedoria e do conhecimento. Ela é a Deusa que devemos reverenciar nos momentos de dificuldades e anulação de qualquer tipo de malefício. Ela é a Deusa do caos e da paz, da harmonia e da desarmonia.

Associa-se a morte, a fertilidade, a inspiração, a astrologia, as ervas, os encantamentos, o conhecimento.

A mulher de escorpião, do mesmo modo que sua Deusa regente, nunca se enquadra no meio termo: podem ser refinadas ou não. Tendem também a serem apaixonadas por tudo que fazem e possuem um forte espírito de liderança.

Com Cerridwen como aliada, as nativas de escorpião fazem e acontecem, portanto use seu potencial para dar continuidade aos seus projetos de vida que já estão em andamento.

Jóias: ouro e prata

Cor da roupa: vermelha, preta ou branca.

Óleos: Poção do amor, sangue do dragão, almíscar, patchulli.

Ervas: damiana, dedaleira, lúpulo, trigo

Pedras: obsidiana, quartzo claro, turmalina preta.

Ritual de proteção: Toda as terças-feiras use uma peça do vestuário na cor vermelha.

 

Cerridwe part 2

Cerridwe part 2Deusa da Lua Nova para os antigos celtas.
Cerridween é representada pelo caldeirão.
Hoje faça o arroz da felicidade em seu caldeirão, pedindo a deusa que lhe traga muito amor e paz.
Segundo o calendário celta, no dia 20 de junho comemora-se entre os pagãos o dia de Cerridween.
Seu símbolo é uma porca branca.
É uma deusa de Gales.
Ela domina a morte, a fertilidade, a inspiração, a magia, a ciência, a regeneração, as ervas, a poesia e os encantamentos.
Existem outras denominações como Caridwen, Deusa da Lua, Grande mãe, Deusa dos Grãos, Deusa da Natureza.
Particularmente é a deidade que consideraria completa.
Mãe dos grãos e da Inspiração
Ceridwen é um grande deusa da terra associada ao eterno ciclo de vida, morte e renascimento.
Está relacionada também com os seguintes animais: lontra, falcão ou galinha preta.
Ela foi mãe do grande bardo celta Taliesin .
Sua ervas e poções dão início a transformação, assim como minúsculos grãos tornam-se enormes campos de trigo, que, depois, transformam-se no pão do sustento.
Hoje, faça um arroz especial em seu caldeirão, pedindo à deusa que lhe traga muito amor e paz. Use arroz, leite, canela, cravo e açúcar.
Outra magia que pode fazer é para saber quanto tempo levará até realizar um desejo.
Coloque no caldeirão doze grãos de feijão branco e um preto.
De olhos fechados, pergunte quantas luas levarão até seu desejo ser realizado.
Quantos grãos brancos pegar antes do preto é o número de luas que terá que esperar.
RITUAL À CERIDWEN
Cerridwen está relacionada ao renascimento e a ligação com os outros mundos.
Seus rituais são realizados na Lua Minguante, que é seu símbolo.
Sua cor é o negro e por isso recebe o título de NIGREDO, Senhora da Noite.
Para realizar seu ritual e dar boas vindas à lua minguante você vai precisar de :
1 Vela Branca
1 Vela Vermelha
1 Vela Preta
O Caldeirão com Água
A Taça com Água
O Athame
Folhas de Louro ou Eucalipto
Disponha as 3 velas em forma de triângulo sobre o altar de forma que a preta fique a esquerda, a branca a direita e a vermelha no topo do triângulo, coloque o caldeirão no meio do triângulo formado pelas velas, coloque a taça abaixo do triângulo de velas então chame por Ceridwen :
Oh antiga Deusa que reside no Norte
aquela que conhece o passado de todas as coisas,
ouça o meu chamado e que minha invocação seja agradável aos seus olhos,
Oh Nigudo senhora da sabedoria e compreensão.
Ceridwen Mãe Celeste que a Lua Minguante seja bem vinda
e que seus poderes de exterminar
com todas as coisas negativas se espalhe sobre o mundo,
transmutando os Karmas,
solucionando os problemas,
curando as doenças,
afastando as intrigas, a inveja, os obstáculos e
problemas que nos impedem de chegar a plena felicidade.
Oh Deusa da Inspiração e Criação,
venha em nosso auxílio!
Espalhe as folhas de louro ou eucalipto sobre o altar coloque o athame em cima das mesmas dizendo:
Mãe do caldeirão sagrado que sua face minguante seja bem vinda a este mundo para que tenhamos paz, saúde e bons presságios. Que assim seja e que assim se faça para o bem de todos.
copiado do site: http://groups.msn.com/Osseteelementos/_whatsnew.msnw

"Eu lhe dou a vida, eu lhe dou a morte,
é tudo uma coisa só,
você anda pelo caminho em espiral a caminho do eterno,
que é a existencia sempre se transformando,
sempre crescendo, sempre mudando.
Nada morre que não nasça outra vez,
nada existe sem ter morrido.
Quando vir até a mim eu lhe darei as boas-vindas,
então o acolherei no meu útero,
meu caldeirão de transformação,
aonde você será misturado e peineirado,
fundido e triturado,
reconstituído e depois reciclado.
Você sempre volta para mim,
você sempre vai embora renovado,
morte e renascimento não são nada mais
que pontos de transição ao longo do caminho eterno."
*fonte: O oráculo da deusa.
Cerridwen me inspira grande fascinação e acredito que dentro do panteão céltico esta seria a própria representação da sabedoria e ancestralidade.
Esta divindade tão fascinante era protetora do caldeirão da sabedoria e inspiração, muitos a denotam como uma deusa negra porém acredito que como todas as divindades célticas Cerridwen possui tanto aspectos positivos como negativos nos colocando de frente ao equilíbrio com o qual via este povo suas divindades.
Os celtas no meu ponto de vista viam suas divindades como as própriasmanifestações da natureza sendo que nossa Mãe-terra pode tanto nos dar nossos grãos quanto nos amaldiçoar com a seca e a peste nas colheitas, assim eram visto as divindades célticas e por este fator eles tinha tanto contato com a natureza e sua religião era totalmente ligada aos seus ciclos.
Mas voltando a Cerridwen, vamos agora viajar em sua lenda e ver o que ela nos ensina e presenteia.
Cerridwen era esposa de Tegid - assim como nos apresentam as tradições de Gales – um gigante de um olho só -, da união de Cerridwen e Tegid surgem duas crianças:
- Creirwy descrita como a bela mulher do mundo e adorada por todos pela sua beleza e fascínio e - Affagdhu possuidor de grande feiura tal assim que ninguém gostava de permanecer ao seu lado.
Temendo a tristeza e solidão de seu filho, Cerridwen decide fazer uma poção contendo toda a sabedoria do mundo e presentear seu filho com ela, assim ele poderia ser bem visto perante os outros e não mais seria isolado por sua feiura – vemos aqui duas coisas interessantes: uma seria seus filhos sendo as duas representações dos polos para o equilíbrio: um era feio e a outra era linda. O segundo ponto é Cerridwen tentando reestabelecer o equilíbrio através da magia!
Assim Cerridwen parte em busca das ervas para sua poção deixando dois criados:
Morda (um cego) cuidaria das chamas do caldeirão atentando para que as mesmas nunca se extinguissem e Gwion, um garoto, que deveria mexer a poção durante um ano e um dia evitando que ela fervesse.
Próximo do grande dia e enquanto Cerridwen se põe a colher as ervas, a poção ferve no caldeirão deixando respingar três gotas que no dedo de Gwion que para conter a dor coloca o dedo na boca ingerindo assim toda a sabedoria do mundo. No mesmo momento graças a esses novos dons proféticos, Gwion tem a visão de Cerridwen, irada, tentando destruí-lo por vingança.
Assim Gwion foge temendo a ira de Cerridwen indo para sua terra natal.
Quando Cerridwen retorna com as ervas e percebe o acontecido , parte ferozmente atrás de Gwion correndo velozmente, o mesmo prevendo sua aproximação logo se transforma em uma lebre fazendo uso de seus dons mágicos adquiridos pela poção.
Cerridwen então se transforma em um cão e corre atrás da lebre e quando está prestes a apanha-lá esta salta em um riacho e se transforma em um veloz peixe. O cão por sua vez também salta nas águas transformado agora em uma lontra e sai em disparada atrás do peixe, que abandona as águas do rio se transformando em um pássaro.
Cerridwen faz o mesmo saltando do rio e se transformando em um falcão, que vai se aproximando rapidamente atrás de sua presa.
Gwion fica em desespero e mergulha em uma pilha de grãos se transformando em um deles e Cerridwen se transforma em uma galinha e ciscando os grãos encontra Gwion e o ingere.
Ao ingeri-lo Cerridwen volta a forma humana agora vingada por seu filho.
Nove meses depois Cerridwen dá a luz a um lindo garoto.
Ainda com o coração frio sabendo que o garoto era Gwion, Cerridwen decide matar a criança. Porém por sua beleza irradiante ela desiste, colocando a criança em um saco de couro e o jogando nas águas do mar.
O bebê logo chega a uma costa e é encontrado por um pescador que ao desenrolar o couro e contemplar o rosto da criança diz:
- Mas que rosto radiante tem esta criança!
O garoto sendo Gwion renascido e ainda detentor da sabedoria logo responde:
- Pois rosto radiante há de ser meu nome!
Ou seja em Galês, Taliesin.
No mito vemos por intermédio de Gwion que quem bebesse do liquido sagrado do caldeirão de Cerridwen seria capaz de conhecer o verdadeiro significado de todas as coisas.
Assim percebemos que para nossos ancestrais celtas os caldeirões tinham um significado especial, mesmo porque caldeirões fazem parte de muitas das lendas celtas entre estas lendas de heróis como Cu Chulain e Arthur.
O próprio Dagda – Thuata de Dannann – das lendas Irlandesas possuía um caldeirão que fazia parte de um conjunto de objetos mágicos conhecidos como tesouro dos Thuata de Dannann.
Seu caldeirão era conhecido como o Inesgotável, provendo alimento eternamente aos seus seguidores.
Assim sendo o caldeirão é a própria representação da transformação e abundância da natureza.
Quando Cerridwen se frustra em dar toda a sabedoria a seu filho, extraímos desta parte da lenda algo muito importante, que não podemos controlar e ou desequilibrar nossa Mãe Terra e seus ciclos o que hoje muito da raça humana já se esqueceu.
Depois de ser engolido por Cerridwen, Gwion entra em sua verdadeira transformação e passa pela regeneração dentro do útero de Cerridwen.
Ele renasce inspirado e com muitos talentos.
Vejo está parte da lenda nos mostrando que o espírito é imortal e que em todas as nossas encarnações adquirimos certos conhecimentos dos quais nunca são esquecidos e ficam estes guardados em nosso inconsciente, no profundo de nossas almas, essa a meu ver é a raiz da ancestralidade.
As metamorfoses de Gwion e Cerridwen na lenda nos colocam de frente com as fortes tradições Xamânicas contidas entre os celtas. Além do que se analisarmos a fundo estas transformações podemos ver o teor iniciático da situação.
Cerridwen persegue Gwion na lenda por Terra, Céu e pelos Mares nos colocando de frente com os três principais reinos vistos pelos celtas como sagrados além do que a triplicidade é sempre encontrada em artefatos e símbolos célticos um destes é o próprio triskle.
A poção de Cerridwen deveria ser mexida durante um ano e um dia, interessante notar que este conceito de um ano e um dia corresponde ao ciclo completo das estações do ano e na verdade um ano e um dia implica em um conhecimento que transcede ao tempo linear, ou seja nossos ancestrais viam a vida como um eterno ciclo sem fim. De primavera a primavera, e vivenciar um ano e um dia corresponde a conhecer os mecanismos que regem a sucessão de eventos da vida. Lembrando que muitas tradições neo-pagãs também se atentam ao ciclo de um ano e um dia para suas iniciações.
Gwion se transforma em grão e Cerridwen o ingere e logo após nove meses recebe Gwion novamente.
Nada mais interessante do que notar aqui além da questão de morte e renascimento,
a grande roda e o grande ciclo, com Cerridwen sendo a grande iniciadora.
Gwion renasce sábio com toda a ancestralidade deixada pelo grande caldeirão de Cerridwen, agora sua mãe.
Na lenda vemos as 3 faces da Grande Deusa sendo que torna-se Donzela quando é a caçadora perseguindo Gwion, transforma-se na Anciã quando devora Gwion, por fim, num ciclo de nove meses dá a luz a Gwion se tornando Mãe.
Realmente a meu ver Cerridwen pode ser vista como detentora das três faces da deusa.
A Cerridwen era também associada a porca branca, símbolo de fertilidade e fartura, assim podemos também ver Cerridwen como a grande Deusa em todos os seus aspectos, ao mostrar-se capaz de destruir e dar a luz ela nos mostra deter os poderes básicos da vida.
Assim finalizando sabendo que Cerridwen é a grande iniciadora, deusa da vida, da morte e renascimento, é nossa própria terra, vida e deusa da lua.
Seu caldeirão é símbolo da sabedoria e inspiração.
É a padroeira dos bardos e contadores de histórias.
Cerridwen nos ensina que a vida é feita de ciclos, ciclos estes que são a própria roda da vida, e que quando aprendermos a aceitá-los e vivenciá-los, estaremos ingerindo o conhecimento e inspiração contidos em nossa sagrada terra.

Mitos de ceridwen

Deusa Ceridwen

               Cerridwen

O caldeirão tem sua base mitológica na tradição celta. O vaso de prata era chamado de "Caldeirão de Regeneração". O sangue despejado dentro dele devia formar uma bebida regeneradora ou um banho. Também está registrado que o caldeirão deveria ferver até que produzisse "três gotas da graça da inspiração", desta forma é conhecido como o Caldeirão da Inspiração", produzindo uma bebida semelhante ao "soma".
Este caldeirão da Deusa Cerridewn foi o precursor do Santo Graal. Afirma-se que no Graal havia uma fusão do caldeirão mágico do paganismo celta e do cálice sagrado do cristianismo, com os produtos tornados místicos e gloriosos.
A simbologia o torna uma ferramenta de transformação, mas também como a imagem do ventre materno. Acredita-se que o caldeirão é capaz de transforma a base material em espiritual, a mortal em imortal e de formar a bebida da imortalidade e inspiração.                                                                                  O caldeirão do renascimento é um tema que se repete em muitos contos célticos.
ARQUÉTIPO DA MÃE PROVEDORA DA VIDA E MORTE  
Para os galeses, Cerridwen é uma Deusa Tríplice (donzela, mãe e mulher idosa), cujo animal totêmico é uma grande porca branca. Ela é a mãe que conserva todos os poderes da sabedoria e do conhecimento. É ao mesmo tempo Deusa parteira e dos mortos, pois o mesmo poder que leva as almas para a morte, traz a vida. De seu ventre parte toda a vida e a vida provém da morte. Do interior de seu caldeirão emanam porções, com as quais Cerridwen comanda a sincronicidade de todo o Universo e intervém nos assuntos humanos para auxiliar seus adoradores.
Seu aspecto caracterizado em corpo de uma velha, representa o conhecimento de todos os mistérios que só a idade e a experiência podem proporcionar. Ela é a Deusa que devemos reverenciar nos momentos de dificuldades e anulação de qualquer tipo de malefício. Ela é a Deusa do caos e da paz, da harmonia e da desarmonia.
Deusa da lua, dos grãos, da natureza. A porca branca comedora de cadáveres representando a Lua. Associa-se a morte, a fertilidade, a inspiração, a astrologia, as ervas, os encantamentos, o conhecimento...
Conta-se que Cerridwen, com a bebida de seu caldeirão transformava um homem comum em um rei. Sua história vem do País de Gales medieval e se encontra escrita em "The Mabinogi (1977) de Patrick K. Ford. Cerridwen, viveu à margem de Llyn (lago), casada com Tegid  Foel,com quem teve dois filhos. Um era belo, mas o outro muito feio, chamado de "Morfran" (grande corvo). Pensou então que o único remédio contra esta adversidade, seria torná-lo sábio. Para tanto, ela juntou ervas e fez para ele uma poção mágica. Demorou um ano e um dia para terminar a tal poção. Gwyon Bach, seu assistente estava encarregado de vigiar o fogo e a poção, mas foi advertido para não bebê-la. Entretanto, quando três gotas a poção saltaram do caldeirão, Gwyon empurra o filho de Cerridwen e as bebe. Instantaneamente, ele possuía a sabedoria do mundo, sabia até mesmo que Cerridwen tinha a intenção de matá-lo. Ele fugiu e ela foi atrás dele, no que se chamou de "Caçada Mágica".
Gwyon transformou-se em uma lebre e Cerridwen em um cão, transformou-se então em um salmão e ela em uma lontra. Por último transforma-se em um grão de trigo, mas a Deusa em corpo de uma galinha o come. Nove meses mais tarde Cerridwen deu à luz em Taliesin, o maior dos Trovadores Celtas. Depois de tê-lo em seu seio, não conseguiu mais matá-lo. Ela então o coloca dentro de um saco de pele e introduzindo-o dentro de uma pequena barca, que fica a deriva sobre as ondas.
Elphin, filho de um rico proprietário de terras, salvou o bebê e lhe deu o nome de Taliesin (semblante radiante). A criança reteve todo  o conhecimento e sabedoria adquiridos pela poção e tornou-se um importante e talentoso Bardo.
INTERPRETAÇÃO DA LENDA
Quando Gwyon bebe as três gotas proibidas, tem a visão perfeita da divindade representada pos Cerridwen. Assim, é perseguido e castigado pela Deusa, que acaba engolindo-o. Dito castigo é a tradução culpabilizada da repercussão do do conhecimento: Gwydion Bach não pode suportar a visão do mundo imperfeito, e de alguma maneira se encontra exilado no mundo da relatividade, daí suas sucessivas transformações em animal e depois em grão de trigo. Porém, como tem o conhecimento perfeito, não pode morrer realmente: agora participa da divindade de Cerridwen. Por isso, Cerridwen o ingere na forma de grão de trigo. Não podia fazer outra coisa do que absorvê-lo, igual ao sacerdote católico que tem que limpar o cálice absorvendo até os menores pedaços de hóstia que tenham restado. Pois, se a divindade é esquartejada, perde seu poder. Não pode ficar dispersa, como nos indica todas as lendas de Deuses desmembrados que têm que ser reconstruídos para que o mundo recupere o equilíbrio anterior a catástrofe.
Quando Gwyon se apodera dos segredos de Cerridwen representados pelas três gotas, se produz uma catástrofe comparável ao do nascimento. A partir desse momento, aparece a necessidade de reconstruir a unidade perdida, a necessidade de voltar atrás, até a mãe, e dessa forma se produzirá um "novo nascimento". No caso de Gwyon Bach, que não pertence a casta dos mortais, não morre, fecunda a própria mãe e renasce pela segunda vez sob o aspecto de Taliesin, o bardo que conhece os segredos do mundo e da divindade.
A imagem da narração é clara: no final, Gwyon Bach é engolido por Cerridwen, ou seja, descreve um ato sexual (com simbólica fecundação oral).
Gwyon volta para o seio da mãe para um novo amadurecimento, e quando renasce, é Taliesin. Cerridwen havia dado nova vida àquele que havia engolido, àquele que é ao mesmo tempo filho e amante.
Essa é a metamorfose mais brilhante que a mulher faz o homem experimentar quando o ama, pois o ato de amor pode causar um novo nascimento. E, o ato de amor, também está vinculado a morte. O orgasmo masculino, todos os estudos médicos sobre esse ponto estão de acordo, submete o indivíduo a um estado próximo da morte. É uma pequena fração de segundo que o homem se "desconecta do real", depois do qual, já não tem mais razão de existir, pois já transmitiu seu sêmen e esse pode dar nascimento a um ser novo. "A expulsão dos produtos sexuais no ato genital", disse Freud, "corresponde quase a separação do soma e do germe; por isso a satisfação sexual total se assemelha a morte."
Porém, essa "pequena morte" não é para o ser humano, pois o orgasmo, por mais completo que seja, não chega a satisfação total. O desejo nunca é totalmente satisfeito, que é a condição de seu renascimento. Sendo a vida um perpétuo impulso, está no desejo a sua motivação mais profunda.
Daí surge a imagem de Cerridwen, a bruxa que nutre seu amante, para dar nascimento ao seu filho e continuidade à humanidade. Taliesin n~so é mais do que o renascimento da semente plantada por Gwyon Bach. E Cerridwen que se apresenta com características de temível e tirânica, é a Senhora que o domina.
-*-
Essa narração, embora seja da época cristã, é baseada na crença de que o homem nada tem a ver com o fenômeno do parto, que é função específica da mulher. O homem não é considerado pai dos filhos no sentido que nós damos a esse termo, pois ignora-se  a paternidade fisiológica e o pai resulta completamente alheio ao nascimento dos filhos.
Essa crença arcaica é característica de uma sociedade que temos a tendência de a considerar como primitiva no sentido pejorativo da palavra. Mas, na verdade, representa um estágio de civilização não necessariamente pior do que o estágio paternalista da civilização romana, ou o nosso estágio híbrido. Na sociedade matrilinear, o pai não desfruta de nenhum privilégio em relação aos filhos, e não tem portanto, direito ao seu afeto, tendo a necessidade de fazer tudo para ganhá-los. Por outro lado, não tendo as responsabilidades financeiras que envolvem uma família, se sente mais livre para deixar que seus instintos paternais se desenvolvam.
Assim, a sociedade paternalista, insistindo sobre o papel biológico do pai, reforça todas as fontes de conflitos de natureza edípica, e destrói o equilíbrio dos instintos fundamentais que persiste na sociedade matrilinear, posto que a relação, para o pai, só pode ser uma relação desinteressada, isenta de toda autoridade. Além disso, são as sociedades paternalistas que consideram a mulher como uma máquina de prazer ou de procriação e ainda insistem sobre a sacrossanta virgindade das jovens.
-*-
Como podemos ainda, constatar na lenda de Cerridwen, mudar a própria forma é algo que todas as Deusas Celtas podem fazer. Mas nós seres humanos também não mudamos? Todos os dias ao levantarmos, tomarmos banho e nos vestirmos, podemos estar vestindo muitas faces, dependendo da situação.
A transmutação de forma é marketing para se alcançar resultados máximos.
As Deusas e Deuses Celtas estão ligados a vários animais e aos Elementos. Ao transmutar-se e tornar-se Uno com um animal, a Deusa ou Deus ganha mais poder.
Nós, como as divindades, podemos mudar de forma para amimais poderosos e de grande auxílio. Você pode se transformar em um tigre em uma reunião de vendas, acho que será de grande ajuda.
Ao nos tornarmos todas as coisas e mergulharmos na unidade, poderemos entrar em contato com a nossa verdadeira natureza.
Cabe também acrescentar que, Cerridwen vivia ao lado do lago e era encarregada do caldeirão do renascimento, Morgana era a Senhora do Lago que leva Artur de barco à um local nas proximidades de Avalon, com intuito de curar suas feridas.
Cerridwen chega em nossas vidas anunciando um tempo de morte e renascimento. Quando algo está para morrer, devemos permitir que se vá para que algo novo possa nascer. Não devemos encarar a morte como um fim, mas um renascimento A nossa presença aqui é tão pungente! A pequena faixa de claridade que chamamos nossa vida está suspensa na escuridão de dois desconhecidos. Há a escuridão do desconhecido, na nossa origem. Emergimos subitamente desse desconhecido e inicia-se a faixa de claridade denominada vida Depois, há a escuridão do fim, quando desaparecemos mais uma vez de volta ao desconhecido.
Talvez você tenha chegado ao final de um ciclo, de um relacionamento, de um emprego e esteja com medo de deixá-los ir embora. Ou até sente que está morrendo, quando apenas uma parte de você tem de dar lugar ao novo. Mas saiba, que no lado inferior da vida, sempre existirá a morte. Se viver a sua vida ao máximo, não terá medo da morte e do que ela significa, pois ela pode tornar-se o momento de libertação mais profundo de sua natureza. Quando aprender a abrir mão de certas coisas, aprenderá a morrer espiritualmente de pequenas formas durante a vida. Imagine esse ato de abrir mão, multiplicado mil vezes no momento da morte. Essa liberação pode proporcionar uma vinculação divina completamente nova. Os místicos sempre reconheceram que, para se aprofundar na presença divina do íntimo, é necessário exercitar o desprendimento. Quando começamos a nos deixar levar, é espantoso como a nossa vida enriquece. As coisas falsas as quais nos agarramos desesperadamente se afastarão, dando espaço para que somente o verdadeiro se aprofunde dentro de nós.
A totalidade só é conquistada no momento que dissermos sim e dançarmos com a morte e o renascimento Cerridwen diz a você que sempre receberá de volta o que der a ela, portanto entregue-se e renascerá.